248. Quando Ezequiel viu a Shekhinah entre as cascas (Klipot), que quer dizer, entre as vestimentas, ele viu com ela dez Sefirot, sem qualquer separação e estas são o cérebro que está entre todas elas. Ele as viu dentro do rio Kevar (Kaf Bet Resh) (Esequiel 1:1), ou seja a carruagem terrena (Resh Kaf Bet, as letras de Kevar rearranjadas) de Metatron.
"As carruagens de Deus são inumeráveis, milhares de milhares"(Salmos 68:18).
Cada miríade é dez milhares, assim as miríades que são citadas no verso são vinte milhares. A expressão interpretada como "milhares sobre milhares" é "Alfei Shin'an, Shin Nun Aleph Nun e as últimas letras desta palavra podem ser rearranjadas: Shin Aleph Nun Nun, significando: "Que não são", portanto Alfei, sendo plural, denota dois milhares.
O verso é então compreendido: As carruagens de Deus são 20 milhares com 2 milhares que não são, fazendo dezoito milhares que é como o número de mundos. (Dezoito em letras é Yud (10) Het (8), ou Het Yud ou HAI, "VIVO", que inclui as dez Sefirot, vestidas em Tet Tet (9+9=18) de Metatron (Mem Tet Tet Resh Vav Nun), e este Tet Tet vem da palavra TOTAFOT [Tet Tet Pey Vav Tav], significando TEFILLIM, "Filatérios", sobre o que é dito:" E elas estarão como um filatério diante dos seus olhos." (Deuteronômio 6:8). O que são os olhos? Eles são aqueles sobre os quais é dito: "Abriram-se os céus e tive visões divinas" (Ezequiel 1:1). O que são as visões? "Elas são as 10 visões de Metatron, que Ezequiel viu como uma chama dentro de uma lanterna, nove das visões sendo claras com uma sendo vaga.
249. Uma visão que ele teve no começo daquelas 10 visões foi aquela sobre a qual é dito: "E sobre o firmamento que estava sobre suas cabeças, havia a semelhança de um trono, com a aparência de uma pedra de safira (Ezequiel 1:26) Apesar deste verso ter sido explicado acima, novas coisas tem que ser ditas sobre ele.
250. O Sagrado, abençoado seja Ele, disse aos acampamentos celestiais: Alguém que reza, quer seja ele um herói, um homem sábio ou um homem rico (um herói, quer dizer em privilégios porque ele domina sua inclinação; um homem sábio significa sábio na Torah; e um homem rico é rico em preceitos, Mitzvot) - não permite sua oração de entrar neste templo até que haja visto nele estes sinais: que ele tenha aplicado Minha correção para si mesmo. Por esta razão, os sábios da Mishnah ensinam: Se o Rabbi é como um anjo do Senhor das Hostes, permite às pessoas vir consultá-lo nos assuntos da Torah (Talmud Bavli, Hagigah 15b). Em outras palavras, você pode aceitar a oração de alguém que é apontada pelos sinais em suas vestes: um sinal é que ele seria apontado em sua oração pelo azul sobre os quatro cantos de suas franjas, pois azul é como a cor do firmamento, que é Metatron, e então deduziria que ele seria como um anjo do Senhor das Hostes, cuja forma é o azul que está nas franjas (Talmud Bavli, Sotah 17a).
251. E por esta razão os rabbis ensinam: um manto que é como uma veste menor e que cobre sua cabeça e a maior parte de seu corpo deve ter franjas penduradas (Talmud Bavli, Menakhit 40b) e isto é o mesmo que é dito sobre: "E um menino pequeno os conduzirá." (Isaías 11:6), pois Metatron é chamado uma pequena criança, e ele que é Metatron conduz as quatro bestas, os quatro sendo Dalet, e inclui os 6 degraus para o trono, ou seja , Chessed, Guevurah, Tiferet, Netzah, Hod e Yesod, que são Vav (valor numérico 6), e visto que ele é composto por 10 (quatro seres e 6 degraus), as dez Sefirot de Zeir Anpin e Malkhut de Atzilut vestem-se a si próprias através dele, pois elas também são dez, Yud. E através dele o Sagrado, abençoado seja Ele, aparece em Sua Divina Presença (Shekhinah) aos profetas, pois Ele é composto por dez Sefirot.
E do lado da Shekhinah, que está revestida com Metatron, pois ela é a décima Sefira e o azul das franjas, Metatron também aparece como o azul de todas as cores, que quer dizer: todas as cores estão incluídas neste azul.
252. Por isso Malkhut que é chamado azul (T'khelet) é a última (Takhlit) das dez Sefirot, "Assim se conclui toda a obra do Tabernáculo e da Tenda do Testemunho" (Tekhel) (Êxodus 39:32), visto que ela é a última (Takhlit) perfeição. E a palavra T'Khelet (Azul) vem da raiz: Kaf Lamed Hei, significando "Para finalizar", como está escrito: "E ela veio sobre o dia em que Moisés finalizou o Tabernáculo e o levantou..." (Números 7:1). Isto é porque a Shekhinah é chamada T'Khelet (Azul), que é a chama azul queimando na vela que devora as partes gordas das oferendas que queimam.
253. E sobre isto, ou seja, sobre a Luz de Chokhmah nela, que é chamada T'KHELET (Azul), Ezequiel disse: "a semelhança de um trono, com a aparência de uma pedra de safira (Ezequiel 1:26); e a virtude particular desta pedra é que, quem quer que a herde, a luz de Gehenna
(Inferno) não tem controle sobre ele, e não há chama no mundo que possa prejudicá-lo, pois se alguém golpeia esta pedra com um martelo, o martelo quebrará, mas a pedra não sofrerá nenhum dano, como dizem os sábios (Shabbat 88a, Tosefot). Portanto é completamente óbvio que a água não pode prejudicá-la. Portanto, quem quer que a herde - "Quando passares por entre as águas (dos perigos), eu serei contigo" (Isaías 43:2) - será ajudado e todas as forças superiores e inferiores são temerosas diante dele. Também foi para o azul [T'KHELET] que foi dito: "Quando passares por entre as águas, eu serei contigo", pois com este atributo especial, a luz azul de Malkhut que é chamada Safira, "Ele precipitou no mar cavalo e cavaleiro" (Exodus 15:1), já que ele é aquele marcado por cima do Egito, que afogou no mar na força desta luz azul.
254. Os seres superiores e inferiores são temerosos desta cor azul; os acampamentos do mar são temerosos dela e o acampamento do firmamento, que é o azul, mantendo-o no terror, assim como os acampamentos do fogo azul de Gehenna (Inferno) ou seja, o azul das forças do mal.
255. E este azul é o julgamento, pois o nome de Malkhut é "O Senhor" (ADONAI, Aleph Dalet Nun Yud), cujas letras podem ser rearramjadas: DINA (Dalet Yud Nun Aleph), formando a palavra aramaica para "JULGAMENTO", e este é o segredo do decreto:
DINA D'MAIKHUTA DINA. (Este famoso decreto é mencionado frequentemente na literatura rabínica e é usualmente compreendido que a lei de governo secular é suprema ou seja, substitui a lei judaica em negócio civil; aqui porém significa que quando a Sefira Malkhut é denominada ADONAI (Aleph Dalet Nun Yud), a referência é para Julgamento (Dalet Yud Nun Aleph).
O Talit (Xale de orações) tem duas cores: branco e azul e a respeito destas duas cores é dito: "e debaixo dos seus pés (estava) um tipo de pavimento de pedra de safira" (Exodus 24:10)
LIVNAT (pavimento construído) é o branco (LAVAN) da safira, pois a safira é composta de duas cores, que são Misericórdia e Julgamento, ou seja, branco que é Misericórdia e preto do qual vem a escuridão do azul (T'khelet); e os sábios sugeriram estas duas cores quando eles perguntaram: "Em qual momento na manhã o SHEMÁ ISRAEL pode ser recitado?" e responderam "Tão logo se possa distinguir entre azul e branco" (Mishnah, Berakhot 1,2). Pois o filho do rei, que é MALKHUT, que é a união do Sagrado, abençoado seja Ele, é composta destas duas cores, branco e azul, que são o Tetragramaton (Yud Hei Vav Hei) o segredo do branco enquanto ADONAI (Aleph Dalet Nun Yud) é o segredo do azul, então combinando Misericórdia e Julgamento. Similarmente, o Sagrado, abençoado seja Ele, que é Zeir Anpin, é composto de duas cores, que é o segredo do Tetragramaton, "ADONAI", sendo Misericórdia e Julgamento, ou seja, o Trono da Misericórdia e o Trono do Julgamento.
256. Se a pedra de safira é o azul das franjas, o que é então "A aparência de um trono" (Ezequiel 1:26)? A resposta é que ela se assemelha ao trono que tem 72 pontes, ou seja 72 luzes das 72 letras do nome de Deus (O Tetragrammaton completado com Yud). Assim uma pessoa deve ser conhecida pelos 72 laços e tiras em suas franjas, semelhantes às 72 pontes do Trono, pois existe HAI (Vida= Het Yud, ou seja 8+10=18) nós e tiras sobre cada um dos quatro cantos de sua vestimenta, que é, 5 nós e 13 tiras e 5+13=18 e 18 vezes 4 é 72. Pois o trono que é Hei (=5) ou seja, Malkhut, tem em cada canto os quatro seres do trono e estes quatro se assemelham aos quatro cantos de sua vestimenta.
257. E os seis degraus do trono que são Vav (6), que é Metatron, inclui 4 seres, como é dito: "E um menino pequeno os conduzirá" (Isaías 11:6), eles sendo Michael, Gabriel, Nuriel, Rafael. E Metatron é os seis estágiuos para o Trono que são Chessed, Guevurah, Tiferet, Netzah, Hod, Yesod, cada qual é composto de cem, totalizando seiscentos ao todo.
Tzitzit (franjas), quando escrito ao pé da letra, Tzadick Yud Tzadik Yud Tav, tem o valor numérico de 600 (90+10+90+10+400=600). E se apalavra Tzitzit é escrita de forma abreviada, com Yud omitido, então o HIrik (vogal "I") é como um Yud e aparece por isso omitido. E sobre cada um dos quatro cantos de sua vestimenta há uma franja como o número equivalente a 600, que junto com as 13 tiras, resulta 613. E 613 [Taryag= Tav Resh Yud Gimel, ou seja 400+200+10+3=613) é o número de preceitos na Torah.
258. Novamente os 6 degraus do Trono são Vav (6), e quando o nome da letra Vav é soletrado, Vav Aleph Vav, o valor numérico é 6+1+6=13. E este Vav é sugerido nas três palavras dos 72 nomes incluídas nos três versos:
"E o Anjo do Senhor, que estava diante do acampamento de Israel, levantou-se e foi para trás deles; e a coluna de nuvem, deixando a frente, parou detrás deles, entre o acampamento dos Egípcios e o acampamento de Israel e esta nuvem era tenebrosa l´, mas tornava clara a noite (do lado dos israelitas), de sorte que uns e outros não puderam aproximar-se durante a noite. E tendo Moisés estendido a mão sobre o mar, o Senhor, soprando tôda a noite um vento forte o retirou e secou; e a água foi dividida (Êxodus 14:19-21). Cada um desses versos contém exatamente 72 letras.
E estas três palavras são V'HO (Vav Hei Vav e Hei), ANI (Aleph Nun Yud) e V'HO (Vav Hei Vav
e Hei), as letras iniciais que são : Vav Aleph e Vav, soletram o nome da letra Vav 9=6).
E há 5 nós sobre a franja, ou seja, sobre cada um dos quatro cantos da veste, que é Hei (=5) sobre cada canto e o complemento de Hei, que é Aleph é a vestimenta. E quando a letra Hei é unida à letra Vav (escrita integralmente: Vav Aleph Vav, 6+1+6=13) o total resulta (5+13) dezoito (Yud Het, 10+8 ou Het Yud, HAI+ Vida) que é o Tet Tet (9+9=18) de Metatron (Mem Tet Tet Resh Vav Nun). E 18 HAI, VIDA, sugere HAYAH, um ser celestial, um dos quais está sobre cada um dos quatro cantos, e que é formado por quatro seres para os quatro cantos respectivos juntos naquela vestimenta, cada ser tendo quatro faces e quatro asas, formando um total de 32 semblantes e asas, todos dos quais são dependentes sobre o quarto dos quatro seres que tem a face de um homem ou seja, um homem vestindo franjas.
E o Vav (Vav Aleph Vav) une-se com todos os quatro seres dos quatro cantos e completa o nome Yud Hei Vav Hei (o Tetragrammaton) acima em Zeir Anpin e Malkhut de Atziluth, e o completa abaixo nos seres. Pois a Coluna Central que é Metatron é para completar acima como Tiferet de Atzilut, pois o nome de Metatron é como o de seu mestre, Tiferet, em cuja imagem e semelhança ele foi criado, pois ele, Metatron inclui todos os estágios de superior a inferior, visto que Tiferet e Malkhut de Atzilut são adornados nele e também de forma ascendente, ou seja incluindo todos os quatro seres sagrados, Michael, Gabriel, Nuriel e Rafael e é sustentado no entro, como é dito: "Os quais serão aplicados pelo meio das tábuas, duma extremidade à outra (Êxodus 26:28)".
"Então cantou Moisés" (Êxodus 15:1), pois Zeir Anpin que é o segredo de Moisés, tem em cada uma de suas bestas quatro semblantes e quatro asas (4+4=8), que é como o valor numérico da palavra (Az: Aleph Zayim, ou seja, 1+7=8). Nos mesmos moldes, Az de leão, Az de boi, Az de águia, Az de homem, formando 32 asas e semblantes.